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Anjos – Como eles são na Bíblia?

O que são anjos? Como eles são apresentados na Bíblia? Eles são mencionados em outros textos não-canônicos?

Os anjos desempenham um papel significativo nos textos bíblicos, sendo descritos como seres espirituais criados por Deus para cumprir diversas funções. A compreensão dos anjos na cultura e região da época bíblica estava profundamente enraizada na religião e na espiritualidade. Nos escritos do Antigo Testamento, como em Daniel e Isaías, eles são frequentemente representados como mensageiros divinos, encarregados de transmitir as vontades e instruções de Deus aos seres humanos. O arcanjo Gabriel, por exemplo, desempenha um papel crucial ao anunciar o nascimento de João Batista e de Jesus a Zacarias e Maria, respectivamente.

Esses seres espirituais também são vistos como protetores e guardiões. Salmo 91:11-12 afirma: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.” Essa ideia de anjos como guardiões divinos proporcionava conforto e segurança aos crentes da época, reforçando a crença na providência divina e na proteção celestial.

Adoração aos Anjos

A adoração dos anjos também é destacada nas Escrituras. Nos relatos do livro de Isaías, há visões de serafins proclamando a santidade de Deus, exclamando: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória!” (Isaías 6:3). Essa imagem seres angelicais adoradores ressoa ao longo de várias partes da Bíblia, enfatizando a importância da reverência e da adoração a Deus.

Além disso, eles desempenham um papel na execução da justiça divina. Em certas passagens, são retratados como agentes que realizam julgamentos ou punições em nome de Deus. No livro de Apocalipse, por exemplo, anjos são descritos derramando taças da ira divina sobre a Terra como parte dos eventos escatológicos.

No que diz respeito à compreensão dos anjos pelos habitantes daquela região e cultura, é importante destacar que o pensamento judaico e cristão na antiguidade estava profundamente enraizado em uma cosmovisão religiosa. Eles eram considerados parte do reino espiritual, atuando como intermediários entre Deus e os seres humanos. Sua presença e influência eram vistas como elementos fundamentais na condução da vontade divina na Terra.

Escritos Não-Canônicos

Além dos textos canônicos, outros escritos da época também fornecem insights sobre a compreensão dos anjos. Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos entre 1947 e 1956, incluem textos que abordam a atividade angelical. O “Livro dos Vigilantes” é um exemplo, descrevendo seres celestes que descem à Terra, interagindo com humanos e ensinando-lhes conhecimentos proibidos. Esses escritos apócrifos fornecem uma perspectiva adicional sobre a visão dos anjos na cultura da época.

Os Evangelhos não canônicos, como o Evangelho de Tomé e o Evangelho de Maria Madalena, embora não aceitos como autoridade doutrinária pela maioria das correntes cristãs, também contêm referências aos anjos. Esses textos, muitas vezes considerados gnósticos, apresentam visões alternativas da espiritualidade e podem incluir narrativas distintas sobre a natureza dos anjos e sua relação com os seres humanos.

É essencial reconhecer que a compreensão dos anjos na Bíblia e em textos correlatos é multifacetada. Diferentes livros e tradições dentro do cânon bíblico oferecem perspectivas variadas sobre esses seres espirituais. A visão dos anjos como mensageiros, protetores, adoradores e executores da justiça divina cria um quadro complexo, refletindo a riqueza teológica e espiritual das tradições judaico-cristãs na antiguidade.

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