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Por que as Moléculas estão sempre em movimento? A Física Quântica pode ter a resposta

moleculas em movimento

As moléculas estão sempre em movimento. Embora isso a princípio pareça uma coisa banal, pode ter implicações muito mais intrigantes.

Tempo de Leitura: 4 min

Por que as Moléculas nunca param de se mover?

Nosso mundo está em constante movimento, mesmo quando não percebemos. A Terra gira ao redor do Sol enquanto suas placas tectônicas se deslocam lentamente sob nossos pés. Nossos próprios corpos realizam incontáveis processos internos sem que tenhamos controle consciente sobre eles. Mas essa incessante atividade não se limita ao macrocosmo; ela também ocorre no nível microscópico, nas moléculas que compõem toda a matéria.

Mas afinal, por que as moléculas nunca param de se mover? Para responder a essa pergunta, precisamos entender alguns conceitos fundamentais da física e da química, como a relação entre temperatura e energia, além das bizarras propriedades da mecânica quântica.

O Que é Temperatura?

A temperatura, no senso comum, está associada à nossa sensação térmica: o calor do Sol, a água quente do banho, o frio de uma manhã de inverno. No entanto, do ponto de vista científico, a temperatura é uma medida da energia cinética média das moléculas em um sistema. Quanto maior a temperatura, maior a agitação molecular; quanto menor a temperatura, menor o movimento das moléculas.

Se quiséssemos parar completamente o movimento das moléculas, precisaríamos remover toda a energia do sistema, atingindo o chamado zero absoluto (0 Kelvin, ou -273,15°C). No entanto, mesmo se conseguirmos resfriar um material a temperaturas extremamente baixas, as moléculas ainda assim continuarão se movendo, e isso tem uma explicação fascinante na mecânica quântica.

O Princípio da Incerteza e o Movimento Molecular

Um dos motivos pelos quais as moléculas nunca param de se mover é o princípio da incerteza de Heisenberg. Esse princípio estabelece que é impossível determinar simultaneamente a posição e o momento (quantidade de movimento) de uma partícula com precisão absoluta. Em outras palavras, se soubéssemos exatamente onde uma molécula está, não poderíamos saber com precisão sua velocidade e vice-versa.

Isso significa que, mesmo no estado de menor energia possível (o chamado estado fundamental), uma molécula ainda terá algum grau de movimento. A mecânica quântica nos ensina que partículas, quando observadas em detalhes, apresentam comportamento ondulatório. Esse caráter ondulatório impede que um sistema tenha energia absolutamente zero, mantendo um movimento residual conhecido como “energia de ponto zero”.

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A Interação com o Ambiente

Outro fator que impede as moléculas de pararem completamente é a interação constante com o ambiente. Mesmo que resfriemos um sistema ao máximo, ele nunca estará totalmente isolado. As moléculas podem absorver e emitir radiação, trocar energia com outras moléculas ao redor e interagir com partículas presentes no ambiente. Como resultado, o movimento molecular nunca cessa completamente.

Esse fenômeno é tão relevante que cientistas trabalham para reduzir ao máximo a movimentação das moléculas a fim de desenvolver tecnologias como os computadores quânticos. Quanto mais controlado o estado molecular, melhor o desempenho dessas máquinas revolucionárias.

O Frio Mais Extremo Já Criado

Na busca por compreender os limites do movimento molecular, cientistas têm alcançado temperaturas incrivelmente baixas em laboratório. O recorde de temperatura mais fria já obtida na Terra foi de 38 trilionésimos de Kelvin, atingido em 2021 por pesquisadores alemães que manipularam átomos de rubídio em um ambiente de microgravidade. Esse valor é ainda menor do que a temperatura média do espaço interestelar, que é de aproximadamente 2,7 Kelvin, devido à radiação cósmica de fundo.

Apesar desses avanços, o movimento molecular nunca foi completamente interrompido, reforçando a ideia de que parar totalmente as moléculas é fisicamente impossível.

O Destino do Movimento no Universo

O universo como um todo também está em constante mudança. Desde o Big Bang, ele tem se expandido e esfriado progressivamente. De acordo com algumas teorias, esse resfriamento contínuo pode levar, em um futuro extremamente distante, ao chamado “fim térmico” ou “morte térmica” do universo, quando toda a energia estará distribuída de maneira uniforme e nenhum processo físico significativo poderá ocorrer. Mesmo assim, o movimento molecular nunca cessará completamente, pois a incerteza quântica continuará a impor um mínimo de energia residual.


As moléculas nunca param de se mover porque sua energia está intrinsecamente ligada à temperatura, à interação com o ambiente e às leis fundamentais da mecânica quântica. Mesmo nas temperaturas mais frias já alcançadas, a agitação molecular persiste devido à energia de ponto zero e à impossibilidade de um sistema estar completamente isolado.

Embora esses conceitos possam parecer abstratos, eles têm implicações práticas em diversas áreas, desde a compreensão do comportamento dos materiais até o desenvolvimento de tecnologias avançadas como a computação quântica. No fim das contas, o movimento perpétuo das moléculas não é apenas um fenômeno curioso, mas uma característica fundamental do nosso universo.

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Sobre o Autor

Valdiomir Meira é graduado em letras, história e ciências contábeis, com especialização em metodologias inovadoras de educação e semiótica. Sua grande paixão é ler, viajar e ensinar. Pesquisador na área de história da ciência e educação. Além de outras atuações profissionais, como criação de conteúdo para internet e tutoriais, também é redator e editor de artigos para blogs.

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